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África necessita de financiamento adicional de 194 mil milhões USD/ano para alcançar os ODS

Victória Maviluka
24/4/2024
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Foto:
DR

Economias africanas têm “tremendos” activos para preencher a lacuna de financiamento, mas crises globais afectam mais os investimentos no continente do que noutras regiões do Planeta.

O continente africano necessitaria de um financiamento adicional anual de 194 mil milhões de dólares para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável até 2030, estima o relatório conjunto produzido pela União Africana e Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Intitulado ‘Dinâmica de desenvolvimento em África: investir no desenvolvimento sustentável’, a pesquisa mostra que o défice de financiamento para os ODS em África está estimado em cerca de 1,6 biliões de dólares até 2030.

Com perspectiva de necessitar de financiamento adicional de 194 mil milhões USD/ano para chegar à meta dos ODS, segundo o programa estabelecido pela ONU em 2015, o continente regista um défice anual equivalente a 7% do seu PIB, 34% dos seus investimentos em 2021, e menos de 0,2% do stock global e 10,5% do stock africano de activos financeiros, avança o documento, citado pelo Le360.

O estudo observa que as economias africanas têm “tremendos” activos para preencher esta lacuna de financiamento, no entanto, as crises globais afectam mais os investimentos em África do que noutras regiões do Planeta.

Para reforçar a resiliência aos choques externos e melhorar a confiança dos investidores, os autores da pesquisa apelam aos decisores políticos africanos para que trabalhem “de mãos dadas” com os parceiros internacionais e a sociedade civil africana para mobilizar o investimento em benefício da Agenda 2063 (o plano de África para se transformar numa potência global do futuro).

Três prioridades para impulsionar o investimento sustentável

A 5.ª edição do relatório ‘Dinâmica de desenvolvimento em África: investir no desenvolvimento sustentável’ propõe três prioridades de acção para impulsionar o investimento sustentável em todo o continente.

A primeira está ligada à partilha de mais e melhores dados para reduzir os custos de transacção, melhorar a avaliação da sustentabilidade e aumentar a confiança dos investidores.

A segunda é o reforço das capacidades da vasta rede africana de financiamento do desenvolvimento para melhorar a eficácia do financiamento para o desenvolvimento sustentável. 

A terceira prioridade consiste em políticas de integração regional para dinamizar e harmonizar o panorama de investimento em África, lê-se no artigo do portal marroquino Le360.