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Moçambique: Empresas de fachada transferiram cerca de 330 milhões USD entre 2019 e 2023

Victória Maviluka
24/4/2024
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Foto:
DR

Grupo recebeu avultadas somas em dinheiro de outras empresas criadas nas mesmas circunstâncias, transferindo-as para países como China, Hong Kong, Singapura, Dubai e Portugal.

Um grupo de indivíduos moçambicanos e estrangeiros constituiu empresas de fachada e conseguiu transferir ilegalmente, entre 2019 e 2023, cerca de 330 milhões de dólares, informou a Procuradoria-Geral da República daquele país.

Beatriz Buchili, PGR moçambicana, referiu, durante a apresentação, nesta quarta-feira, 24, do Estado da Justiça e Legalidade em 2023, que o grupo recorreu a terceiras pessoas, tais como empregados ou outras da sua confiança, para produzir documentos falsificados, e, através de esquema de branqueamento de capitais, foi recebendo dinheiros de diferentes contas bancárias.

Sem registo de início de qualquer actividade comercial, reportou Beatriz Buchili, o grupo passou a receber avultadas somas em dinheiro de outras empresas criadas nas mesmas circunstâncias, transferindo-as para países como China, Hong Kong, Malásia, Singapura, Dubai, Ilhas Maurícias, Portugal e Turquia. 

Citada pelo moçambicano O País, Buchili disse que, durante o ano de 2023, o Ministério Público registou 519 processos de branqueamento de capitais, dos quais 449 resultantes da investigação de crimes precedentes de corrupção, tráfico de estupefacientes, ambientais, fraude fiscal e raptos e 70 de outras situações, contra 69 processos de igual período anterior.  

Acrescentou que estas investigações permitiram compreender o esquema que tem sido usado para exportar capitais branqueados: “Constatámos situações de exportação ilegal de capitais, com recurso a mecanismos fraudulentos, simulando-se a importação de mercadorias que, na verdade, não se concretiza”.