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Moçambique vai introduzir vacina contra malária este ano e prevê imunizar 600 mil crianças

Cláudio Gomes
24/4/2024
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Foto:
DR

Programa prevê vacinar, numa primeira fase, menores de até cinco anos de idade, numa província a indicar. Meta é arrancar com a vacinação em massa em 2025.

O director do Programa Nacional do Controlo da Malária, Baltazar Candrinho, informou, hoje, quarta-feira, 24, que Moçambique vai introduzir a vacina contra a malária no segundo semestre deste ano. 

À Lusa, o responsável disse que o programa de imunização vai começar em pequena escala, numa província, e, em 2025, passará para as restantes. 

“Não existe produção de vacina suficiente para todos os países. Então, foi feita uma distribuição ainda em pequena [quantidade] e em pequena escala. Mas a garantia é que, no próximo ano, vamos expandir”, explicou.

Trata-se da R21/Matrix-M, a segunda vacina contra a malária destinada a crianças, desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, e aprovada em Outubro do ano passado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo o director do Programa Nacional do Controlo da Malária, a vacina será administrada no segundo semestre deste ano, prevendo-se vacinar menores de até cinco anos de idade, numa província a indicar.

Para o efeito, está em curso um plano de capacitação dos recursos humanos que estarão envolvidos no processo de administração da vacina, bem como a criação de condições materiais para a sua conservação nas unidades sanitárias.

Malária em África

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) reportam que pelo menos 28 países em África planeiam introduzir uma vacina contra a malária recomendada como parte dos seus programas nacionais de imunização.

Segundo o organismo, quase meio milhão de crianças morrem todos os anos por causa da malária em África. Com a nova vacina, o organismo da ONU espera que a nova vacina beneficie todas as crianças que vivem em áreas onde a doença é um risco para a saúde pública.

A malária causou, em 2021, a morte de 619 000 pessoas, das quais aproximadamente 96% viviam na África. É uma patologia seis a 20 vezes mais provável de se espalhar em ambientes propensos a mosquitos do que a variante Ómicron de Sars-Cov-2. 

A doença já foi endêmica na maior parte do mundo, varrendo as Américas nos anos 1600 e chegando ao Norte da costa do Ártico e ao Leste do Japão.