O custo de adaptação de África aos eventos climáticos extremos é estimado entre 30 e 50 mil milhões de dólares anualmente na próxima década, representando 2 a 5% do PIB da região, de acordo com o relatório State of Climate in Africa de 2023.

“Este relatório serve como um lembrete claro da urgência da acção climática em África, onde eventos climáticos extremos estão a intensificar-se e a impactar desproporcionalmente o desenvolvimento socioeconómico do continente”, disse o ministro da Economia Verde e Meio Ambiente da Zâmbia, Mike Mposha.

No acto de lançamento do relatório ‘Estado do Clima na África de 2023’, que decorreu, esta semana, na Costa do Marfim, Mposha enumerou que a alta dependência dos países africanos da agricultura alimentada pela chuva e capacidade adaptativa limitada, o aumento das temperaturas, o aumento do nível do mar e a precipitação irregular  estão a causar danos generalizados à saúde humana, aos ecossistemas e aos meios de subsistência em África. 

“Esses desafios ameaçam descarrilar o progresso de África em direcção ao alcance dos objectivos de desenvolvimento sustentável e da agenda 2063 da União Africana”, alertou, citado pelo Lusakatimes.

Salientou ser essencial continuar a apelar para maiores investimentos em adaptação e resiliência climática para África, especialmente por meio de leis e elaboração de programas dinâmicos.

Já a angolana Josefa Sacko, comissária da União Africana, observou que o continente enfrenta encargos e riscos desproporcionais devido às alterações climáticas, que ameaçam a segurança alimentar, a saúde pública e o desenvolvimento socioeconómico de toda a África.

A União Africana espera que o relatório ‘Estado do Clima na África de 2023’ sirva como uma ferramenta vital para os decisores, fornecendo bases e luzes necessárias para impulsionar acções e apoiar a tomada de decisões diante de um futuro climático cada vez mais desafiador.