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Banco Mundial tem mais de 2 mil milhões de USD para acelerar a inclusão digital em África

Cláudio Gomes
2/7/2024
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Foto:
DR

Investimento será implementado durante oito anos e visará inicialmente países com acesso inferior a 50% de internet de alta velocidade.

O Banco Mundial (BM) vai implementar o programa ‘Inclusive Digitalization in Eastern and Southern Africa’ (IDEA), que visa democratizar o acesso inclusivo à Internet e aos serviços digitais para mais de 180 milhões de pessoas, num investimento global de 2,48 mil milhões USD, de acordo com um comunicado consultado nesta, segunda-feira, 1, pela revista Economia & Mercado.

Segundo o documento da organização multilateral, Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Malawi estão entre os países da África Austral com acesso inferior a 50% de Internet de alta velocidade, razão pela qual constam da primeira fase do programa que beneficiará mais de 50 milhões de pessoas dos respectivos países.

Financiado através da Associação Internacional de Desenvolvimento (AID) e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), o programa prevê reunir 15 países e comunidades económicas regionais para abordar os desafios comuns sobre as limitações no acesso à Internet, provocadas pelas indisponibilidade de infra-estruturas, baixa utilização por causa do elevado custo dos dados e dos dispositivos, entre outros temas do ecossistema digital.

Para a vice-presidente do Banco Mundial na Região da África Oriental e Austral, Victoria Kwakwa, a iniciativa mostra a importância das parcerias entre os sectores público e privado na promoção do crescimento económico sustentável.

Por sua vez, o secretário-geral do Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), Chileshe Mpundu Kapwepwe, disse que o programa vai apoiar os Estados-membros da COMESA no sentido destes promoverem a utilização produtiva da digitalização em prol do crescimento económico e de sociedades mais inclusivas.

Especificações do IDEA

O programa “Inclusive Digitalization in Eastern and Southern Africa” (IDEA), ou em português “Digitalização Inclusiva na África Oriental e Austral”, está estruturado em três pilares técnicos, sendo o primeiro a expansão da banda larga e a segurança do alojamento de dados para proporcionar acesso à Internet de baixo custo, fiável e de qualidade.

O segundo pilar é relativo ao investimento em infra-estruturas públicas digitais com capacidades de interoperacionalidade e as salvaguardas digitais necessárias para promover uma utilização fiável e segura das tecnologias digitais e dos serviços digitais.

Já o terceiro versa sobre o desenvolvimento de aplicações, serviços e capacidades globais digitais, que podem promover a utilização produtiva das tecnologias digitais e ter um impacto potencialmente elevado nas actividades económicas e sociais. 

E por fim, o quarto pilar centra-se na gestão de projectos e no desenvolvimento de capacidades para apoiar a implementação, a geração de conhecimentos e a coordenação regional. 

Dados citados no documento indicam que as regiões da África Oriental e Austral têm o ritmo mais lento de digitalização do mundo, com 64% da população coberta por Internet de alta velocidade e 24% com acesso à Internet em 2023.