O projecto, avaliado em 4,5 mil milhões de dólares, visa ligar a ferrovia de Luanda à República Democrática do Congo (RDC) e será operado pela AARG, consórcio ferroviário com sede em Houston, no Texas, Estados Unidos da América (EUA), composto por seis empresas ferroviárias e de infra-estrutura americanas. de acordo com um comunicado consultado hoje, segunda-feira, 11.
Segundo o documento do MITRANS, pensado no reforço da segurança alimentar do País, pretende-se apoiar a expansão agrícola na província do Uíge, Kwanza-Norte, Bengo, Malanje e Zaire, com o suporte das plataformas logísticas do Soyo, Malanje, Luvo e Lombe.
A interligação com a RDC, lê-se no comunicado, vai possibilitar a exportação de petróleo, madeira e minerais para os países do Atlântico.
"O All-American Rail Group está comprometido com Angola", afirmou o membro do Conselho de Administração da empresa Mustafa Ocalir, acrescentando que o memorando de entendimento é o primeiro passo para podermos apoiar o plano de expansão da rede ferroviária nacional.
Citado no comunicado, o administrador realçou que o Corredor Norte não é apenas uma infra-estrutura ferroviária. “Pretendemos construir e integrar a ferrovia com plataformas logísticas e com um porto nesta região agrícola, para fazer avançar o arrojado PlanAgrão e reforçar a segurança alimentar do país", afirmou.
Sublinhou, também, que o grupo atribui grande importância à parceria agora iniciada com o Ministério dos Transportes e que estão prontos para colocar à disposição de Angola a sua capacidade de construir, operar e financiar projectos ferroviários e logísticos.
Na ocasião, o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu ressaltou o potencial de desenvolvimento do Corredor Norte, afirmando ser possível estender-se para o Norte e Leste do País.
Citado no documento, o governante disse que “o Plano Director do Sector preconiza a extensão dos três corredores nacionais para as fronteiras com os países vizinhos, com o objectivo prioritário de potenciar as ligações aos respectivos portos do litoral, a facilitação do comércio transfronteiriço e a dinamização da economia real em Angola”.
Na sequência do do memorando assinado, o Ministério dos Transportes vai criar um grupo de trabalho presidido pelo titular da pasta, composto por responsáveis da Direcção Nacional para a Economia das Concessões, do Caminho de Ferro de Luanda, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, e do All-American Rail Group.
O All-American Rail Group (AARG) e os seus parceiros facturaram, nos últimos cinco anos, 19,7 mil milhões de dólares, tendo construído e assumido a gestão de 3.000 projectos ferroviários nos Estados Unidos, dos quais mais de 200 são projetos de grande escala. Acresce que dispõe de financiamentos do Export-Import Bank, dos Estados Unidos, e planeia abrir em breve um escritório de representação em Luanda.