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Olga Albuquerque, a filantropa comprometida com a educação

Cláudio Gomes
15/7/2024
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Foto:
Andrade Lino

Empresária sonha construir uma escola técnica de agro-pecuária na Cuerama para dotar os formandos com competências que se adequem à realidade socio-económica da comunidade.

Olga Albuquerque foi, recentemente, convidada do videocast ‘Conversas E&M - 25 Anos’, apresentado pelo jornalista Sebastião Vemba, onde, entre outras questões, falou sobre o percurso como empresária e filantropa angolana. 

Descontraidamente, a interlocutora falou sobre a Fundação Cuerama, instituição angolana de filantropia, criada em 2020 para transformar vidas através dos pilares da educação, saúde e sustentabilidade comunitária.

É também pensando no poder da formação técnico-profissional que a empresária angolana pretende construir uma escola básica agro-pecuária na aldeia da Cuerama, não só para absorver crianças matriculadas no ensino primário, mas também adultos interessados em aprender um ofício ligado à agricultura e à pecuária e, desta forma, ganhar a vida de forma sustentável.

“Um dos sonhos é construir uma escola básica de agro-pecuária na nossa fundação. Já estamos a tratar da legalização com o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional  (INEFOP)”, afirmou, realçando que a referida escola receberá igualmente adultos de aldeias vizinhas. 

A trajectória da empresária no mundo dos negócios começou aos 20 anos de idade, isto em 1972, quando inaugurou uma boutique na província de Cabinda. 

Mais tarde, explicou, depois de ter criado outras iniciativas comerciais, criou, em 1995, apoiada pelo esposo, a NCR Angola, renomada marca que opera no segmento das tecnologias de informação e inovação. 

Quanto à filantropia, começou com as obras de recuperação de uma fazenda familiar, em 2017, localizada no município da Quibala, província do Cuanza-Norte - a Fazenda Cuerama. 

Foi graças às sucessivas visitas que Olga e um irmão começaram a idealizar a jornada de reactivação da unidade agrícola e promover uma verdadeira acção de transformação social. 

A construção de uma escola primária na aldeia que pudesse garantir educação de qualidade para centenas de crianças da zona foi o primeiro desafio concreto.

“Em 2012, o meu irmão começou a visitar a [fazenda], e, três anos mais tarde, eu também acabei por visitar. Foi quando me dei conta de que a aldeia não tinha qualquer serviço de educação, embora tivesse alguns monitores que davam aulas debaixo das árvores”, disse.

Trajectória da empresária no mundo dos negócios começou aos 20 anos

Olga Albuquerque começou, então, a edificar a primeira escola primária da aldeia, que já formou centenas de crianças:  “A construção da escola foi em 2017 e o início do primeiro ano lectivo foi em 2018”.

Sobre os últimos 25 anos da trajectória do País, destacou os avanços observados no sector da educação, mas lamentou a falta de qualidade. O desequilíbrio entre o crescimento do ensino universitário e a formação técnico-profissional é outra preocupação assinalada pela empresária que acredita em dias melhores.

“Estou em crer que ainda há muito por fazer, porque a qualidade dos professores ainda não é a esperada. Hoje, há muito mais universidades, mas lamento o facto de não haver muito mais escolas profissionais [como na era colonial]”, sinalizou, frisando que os cursos profissionais deveriam surgir ao mesmo ritmo que os do ensino superior. 

A Revista E&M leva a cabo uma série de entrevistas enquadradas na rubrica Conversas E&M, emitidas quinzenalmente, com o objectivo de dar voz a algumas personalidades da sociedade angolana sobre o percurso do segmento em que operam nos últimos 25 anos.

Aceda aqui à entrevista na íntegra.