As autoridades da Mauritânia decidiram cortar, na noite desta segunda-feira, 01, o sinal de internet de dados móveis para conter as manifestações contra os resultados finais provisórios das eleições presidenciais, que dão vantagem folgada ao Presidente Mohamed Ould Cheikh El Ghazouani, no poder.

Testemunhas relataram à agência AFP confrontos ocorridos em bairros populares de Nouakchott, na capital do país, na noite de segunda-feira, poucas horas após o anúncio dos resultados finais provisórios das eleições de sábado último, 29 de Junho.

Após o corte da Internet, foi registado um ambiente mais calmo a partir desta terça-feira, 02, em Nouakchott, onde os negócios estão abertos e há uma movimentação mais segura de pessoas.

As autoridades mauritanianas não comunicaram previamente sobre o corte dos dados móveis, uma acção que tem sido frequente um pouco por todo o mundo devido aos governos que enfrentam protestos.

O candidato Biram Dah Abeid, 2.º colocado de acordo com os resultados finais provisórios, denunciou fraude e ameaçou manifestações pacíficas, aguardando que a sua equipa conclua o processo paralelo de recontagem dos votos para tomar “uma decisão final”.

O rescaldo das eleições de 2019, que também viu a vitória de Ghazouani na primeira volta, foi marcado por confrontos, pela detenção de opositores e nacionais de países vizinhos acusados ​​de terem participado em tumultos, bem como pela interrupção da Internet durante cerca de dez dias.