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UNICEF vai 'largar' 78 milhões USD para apoiar crianças em Angola durante quinquénio 2024-2029

Sebastião Garricha
28/6/2024
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Foto:
Andrade Lino

Segundo Louise Daniels, não se trata de um montante estratosférico, se comparado ao volume de apoios que outros países recebem.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês) vai disponibilizar, durante o quinquénio 2024-2029, pelo menos 78 milhões de dólares para apoiar Angola em projectos voltados para as crianças, revela Louise Daniels, responsável pelo departamento de Políticas Sociais da organização internacional.

Em entrevista exclusiva à E&M, Louise Daniels explica que o apoio deverá ser operacionalizado através de sectores como o da educação, saúde e nutrição, protecção da criança, saneamento e também para as questões climáticas e de política social, do UNICEF, com o objectivo de ajudar a alavancar os recursos e apoiar a realização dos direitos das crianças em Angola.

De acordo com a responsável, o UNICEF vai continuar a gerar evidências sobre o que funciona, mostrando experiências de outros países, dar mais assistência técnica do que entregar serviços e trabalhar com o Governo para identificar espaço fiscal para a construção de mais escolas, se for o caso.

Por exemplo, os dados do UNICEF dizem que pelo menos 450 milhões de crianças no mundo estão sem acesso à escola, devido aos conflitos que se registam em diferentes regiões. Para situações desta natureza, explica a responsável, o UNICEF trabalha com os governos para identificar orçamentos para construção de escolas.

"É uma abordagem necessária, porque Angola tem recursos e o UNICEF tem recursos dentro do contexto de um país como Angola”, refere Louise Daniels, explicando, à partida, que não se trata de um montante estratosférico, essencialmente se comparado ao volume de apoios de que se beneficiam vários outros países. 

Angola entre os 10 países com maior taxa de crianças “zero dose”. Mas Governo tem feito grandes esforços

Angola consta da lista dos 10 países do mundo com maior taxa de crianças “zero dose”, aquelas que nunca receberam qualquer vacina, segundo dados avançados pela responsável do departamento de Políticas Sociais do UNICEF Angola, Louise Daniels.

De acordo com a responsável, o Fundo das Nações Unidas para a Infância tem apoiado o Ministério da Saúde de Angola (MINSA) para conseguir encontrar essas crianças (zero dose) e garantir que sejam vacinadas. 

Além disso, diz que o Governo “tem feito grandes esforços para incluir a vacina do HPV”, muito importante para crianças a partir dos nove anos.

“Um exemplo é a vacina contra a pólio. Vocês devem ter visto que no mês passado tivemos uma ronda, esse final de semana temos mais uma ronda de vacina, e depois, daqui a dois meses, vamos ter uma terceira”, exemplifica.