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Três vezes menos que a capacidade de Laúca, Congo projecta construção da sua maior barragem

Victória Maviluka
19/9/2024
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Foto:
DR

Trabalhos de construção da barragem, a ser erguida no Sul do país, terão início em Janeiro de 2025 e serão concluídos em Junho de 2030, com custo estimado em 9,4 mil milhões USD.

A República do Congo programou para Janeiro de 2025 o início da construção da sua maior barragem hidroeléctrica, com uma capacidade de 600 a 800 megawatts, quase três vezes menos que os projectados para as barragens angolanas de Laúca (2.070 MW) e de Caculo Cabaça (2.172), sendo que a primeira já está em funcionamento e a segunda, a maior do País, está em construção.

Para a implementação do seu principal projecto hidroeléctrico da história, o Governo do Congo Brazzaville assinou, recentemente, um memorando de entendimento com a empresa China Overseas Co Ltd para o desenvolvimento do local de Sounda.

Thierry Moungalla, porta-voz do elenco governativo de Denis Sassou Nguesso, referiu que se trata de um projecto há muito aguardado e que, agora, tem tudo para começar a ser implementado, com a finalidade de reforçar a oferta de produção de electricidade no país.

Também ministro das Comunicações, Moungalla detalhou, citado pela imprensa local, que os trabalhos de construção da barragem terão início em Janeiro do próximo ano e serão concluídos em Junho de 2030.

O custo global da barragem, a ser construída no Sul do país. é estimado em 1.300 mil milhões de FCFA (cerca de 9,4 mil milhões de dólares), suportados por uma linha de financiamento chinês.

Em 2011, Pequim financiou, igualmente, a construção da barragem hidroeléctrica de Imboulou (120 megawatts), localizado a 160 quilómetros a Norte da capital do país, cidade de Brazzaville.

Travar os constantes cortes de energia eléctrica

Com mais de 2,5 milhões de habitantes, as duas principais cidades do Congo (Brazzaville e Pointe-Noire) são frequentemente confrontadas com problemas de cortes prolongados de energia.

As autoridades mencionam frequentemente perdas no circuito de transmissão de energia entre Pointe-Noire, que possui, entre outras projectos, uma central a gás com mais de 450 megawatts, e Brazzaville.

“Estamos a perder numa produção total de 720 megawatts, entre 80 e 120 megawatts entre Pointe-Noire e Brazzaville. O que é produzido perde-se na rede de transporte, que é deficiente, explicou Moungalla.

A este problema acrescenta-se, segundo o porta-voz do Governo da República do Congo, uma má gestão por parte da operadora estatal Énergie Electrique du Congo (E2C).

Desde a sua independência, em 1960, o Congo já beneficiou de três barragens hidroeléctricas construídas pela China no seu solo.

Além da barragem de Imboulou, há a de Moukoukoulou (Sul) com capacidade de 74 megawatts, inaugurada em 1979, bem como a barragem de Liouesso (Norte) de 19 MW, inaugurada em 2019.