O governo recém-formado da África do Sul usará um próximo fórum sobre acesso comercial preferencial dos EUA para influenciar no recuo de um plano de revisão do Senado sobre os laços entre os dois países, espoletado após a nação africana ter levado Israel ao Tribunal Internacional de Justiça por alegado genocídio na Faixa de Gaza. 

No mês passado, noticia o portal ‘News24’, a Câmara dos Representantes aprovou uma lei que exige uma avaliação completa das relações bilaterais e submeteu-a ao Senado para aprovação. 

Grupos de lobby empresarial sul-africanos alertaram que a legislação ameaça restringir o comércio com a maior economia do mundo, num momento em que a África do Sul precisa de acelerar o crescimento económico para lidar com a desigualdade generalizada.

Uma revisão dos laços, escreve o portal, pode colocar em risco o acesso da África do Sul ao African Growth and Opportunity Act, que fornece ao país acesso livre de impostos ao mercado dos EUA. O comércio bilateral entre as duas nações totalizou 23,7 mil milhões de dólares no ano passado.

"Pretendemos envolver senadores e também membros do Congresso sobre qual é nossa posição numa ampla gama de questões a serem tratadas com o governo sul-africano, com base na lei AGOA, mas também levar em consideração as relações bilaterais", disse o ministro do Comércio, Indústria e Concorrência sul-africano, Parks Tau.

Uma delegação da África do Sul tem agendada uma viagem aos Estados Unidos para participar no Fórum AGOA, em Washington, de 24 a 26 de Julho.

Os legisladores dos EUA pediram a revisão das relações com o país africano em Fevereiro deste ano, depois que a África do Sul levou Israel ao Tribunal Internacional de Justiça por alegações de genocídio na Faixa de Gaza.