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Naira eleita moeda de pior desempenho do mundo no primeiro semestre de 2024

Sebastião Garricha
29/6/2024
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Foto:
DR

O desempenho da moeda nigeriana ficou abaixo da libra do Líbano, que passa por uma crise económica e testemunha a dolarização.

A naira, da Nigéria, terminou o primeiro semestre de 2024 como a moeda de pior desempenho do mundo, com uma forte desvalorização, liquidez insuficiente do dólar e volatilidade do mercado minando os esforços para estabilizar seu valor, de acordo com um relatório divulgado nesta sexta-feira, 29 de Junho, pela Bloomberg.

Segundo dados do Grupo FMDQ, que fornece serviços contínuos de execução, gerenciamento de risco, compensação, liquidação e depósito para o mercado financeiro nigeriano, o naira enfraqueceu 0,2% para 1.510 por dólar no fecho de quinta-feira. “Essa sequência de perdas é a mais longa desde julho de 2017, elevando a queda desde o início do ano para 40%”, diz o FMDQ, citado pela Business Insider.

Das moedas globais acompanhadas pela Bloomberg, o naira é o que registou pior desempenho, além da libra no Líbano, que passa por uma crise económica e testemunha a dolarização.

Também citado pela Business Insider, o chefe de estratégias para a África, do Standard Ban Plc em Londres, Samir Gadio, disse que, embora o naira esteja subvalorizado e tenha visto um ajuste significativo, a oferta de dólares precisa melhorar para que a moeda seja apoiada.

"As entradas de portfólio ainda não se recuperaram, mesmo em meio a taxas locais ainda atraentes", acrescentou.

As notícias da imprensa local assumem que a Nigéria tem enfrentado anos de aguda escassez de divisas e instabilidade devido à menor produção de petróleo bruto e à falta de diversificação económica.

Por exemplo, desde junho de 2023, quando o governo do presidente Bola Tinubu introduziu mudanças de política para atrair fluxos e reanimar a economia, a unidade local perdeu cerca de 70% do seu valor em relação ao dólar.

A moeda experimentou volatilidade entre meados de Abril e Maio devido ao desequilíbrio entre a demanda e a oferta pelo dólar. “No entanto, as oscilações se moderaram em Junho, com uma melhora nas entradas de dólares”, lê-se.

O presidente do Banco Central, Olayemi Cardoso, afirmou que aquela instituição financeira acredita que a volatilidade da moeda pode ser coisa do passado e que está empenhado em promover a confiança dos investidores.

Desde que assumiu o cargo, em Setembro, Olayemi Cardoso elevou os juros em 750 pontos-base, para 26,25%, zerou uma carteira de câmbio e negociou entradas multilaterais de dólares para ajudar a estabilizar a moeda, segundo dados da imprensa local.