A indústria mineira em África é marcada por vários desafios, entre eles a regulação e atracção de investimento estrangeiro. Entretanto, para o empresário Robert Ivanhoe, que fazia uma prelecção no âmbito da 30.ª Edição do Investing in African Mining Indaba, “o maior desafio do sector mineiro em África é a governação”.

Em resposta a uma pergunta que lhe foi dirigida por um membro da audiênca, sobre quais têm sido os desafios de gestão dos seus investimentos na República Democrática do Congo, onde há registo de tensões militares, o multimilionário americano-canadense apontou melhorias significativas, tendo destacado o papel da Entidade Reguladora da Subcontratação no Sector Privado (ARSP), criada em 2017.

Entretanto, o empresário, cuja empresa detém 39% do Complexo de Exploração de Cobre Kamoa-Kakula, não deixou de apontar outros desafios menos importantes: “Temos de reduzir o tribalismo e aprimorar a transparência da governação. Igualmente, devemos reforçar a posição da mulher no sector mineiro”, disse, acrescentando que “se deve também reduzir a influência política na economia, sendo este um factor indispensável para aprimorar o ambiente de negócio dos países”.

O Complexo de Cobre Kamoa-Kakula é a principal mina de cobre de mais rápido crescimento, de maior qualidade e com menor teor de carbono do mundo. Kamoa-Kakula produziu 393.551 toneladas de cobre concentrado em 2023, o que estava dentro das previsões de produção para ano passado, de 390.000 a 430.000 toneladas.

Recorde-se que, na terça-feira, no âmbito do Mining Indaba 2024, o Lobito Atlantic Railway (LAR) e a Ivanhoe Mines assinaram um acordo para o transporte dos minerais da mina congolesa pelo Corredor do Lobito por um período mínimo de seis anos.