A Nigerien Petroleum Company (SONIDEP) lançou, no último fim–de-semana, as suas primeiras operações de prospecção e exploração no deserto a Leste do país, onde uma empresa chinesa explora ouro negro desde 2011.

“Hoje, 22 de Junho, a nossa empresa de hidrocarbonetos SONIDEP inicia, oficialmente, as suas actividades petrolíferas upstream como operadora nacional”, disse, citado pela rádio pública nigerina, o primeiro-ministro, Ali Mahaman Lamine Zeine, durante uma cerimónia em Haidara, na região de Diffa, a mil quilómetros de Niamey, capital do país.

Desde a sua criação em 1977, a SONIDEP tem-se limitado principalmente à comercialização de produtos petrolíferos, passando, agora, a embarcar na prospecção e exploração de petróleo bruto e gás.

“É um grande desafio. O Níger decidiu produzir o seu próprio petróleo para garantir a sua soberania económica e maximizar os lucros em benefício do nosso povo”, garantiu o coronel da Alfândega Ali Seibou Hassane, durante a cerimónia.

No dia 2 de Março, o Conselho de Ministros, presidido pelo General Abdourahamane Tiani, chefe do regime militar no poder desde o golpe de Estado em Julho de 2023, assinou dois decretos de Contrato de Partilha de Produção entre o Estado do Níger e a SONIDEP.

Estes contratos dizem respeito a um bloco petrolífero em Bilma (Nordeste, região de Agadez) e três outros em Agadem (Leste, região de Diffa), que já albergam poços petrolíferos operados desde 2011 pela China National Petroleum Corporation (CNPC).

Os blocos de Agadem são “pequenos”, mas o seu “potencial poderá ser significativo”, enquanto “as reservas comprovadas” dos de Bilma “poderão permitir iniciar trabalhos de desenvolvimento” com vista a “colocá-los em funcionamento”, especificou o governo. .

Desde 2011, o Níger tem refinado cerca de 20 mil barris por dia, principalmente diesel e gasolina em Zinder, no Centro-leste do país.

Oficialmente, as reservas provadas do país rondam os dois mil milhões de barris. Mas uma disputa diplomática com o Benim limita as exportações de petróleo do Níger.

Um oleoduto de quase 2.000 km deverá transportar petróleo bruto de Agadem para o porto beninense de Seme-Kpodji, mas as relações entre os dois países vizinhos têm sido tensas desde o golpe militar. O Níger ainda se recusa a abrir a sua fronteira comum e cortou as válvulas dos gasodutos.