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Presidente da Libéria corta em 40% o seu próprio salário

Victória Maviluka
9/7/2024
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Foto:
DR

Joseph Boakai prometeu combater a corrupção e a má gestão financeira. Além de declarar os seus bens quando assumiu o poder, ordenou uma auditoria ao gabinete presidencial.

O Presidente da Libéria, Joseph Boakai, anunciou, recentemente, que cortará em 40% o seu próprio salário, como medida de uso racional dos recursos públicos.

Em comunicado, citado pela BBC, o gabinete de Boakai informou que o Chefe de Estado espera estabelecer um precedente para uma “governança responsável” e demonstrar “solidariedade” com os liberianos.

Joseph Boakai não é, no entanto, o primeiro Presidente do país a decidir cortar no seu próprio salário. O antecessor, o ex-futebolista George Weah, tinha feito um corte de 25%.

Os salários dos membros do Governo na Libéria têm estado sob intenso escrutínio, com os liberianos a reclamarem do aumento do custo de vida e criticarem os ordenados dos governantes.

A posição de Boakai foi bem acolhida pela grande maioria dos liberianos. Entretanto, há quem tenha levantado dúvidas se se trata efectivamente de sacrifícios, porquanto os governantes beneficiam de outras regalias.

Além de reduzir o seu salário, o Presidente liberiano prometeu “empoderar a Agência de Serviços Públicos da Libéria para garantir que os servidores públicos recebam uma compensação justa pelas suas contribuições ao país”.

Na semana passada, um grupo de legisladores reclamou que não havia recebido viaturas oficiais, das quais precisava para desempenhar as suas funções.

Como forma de protesto, os deputados compareceram ao Parlamento transportados por carros muito modestos, conhecidos localmente como ‘keh keh’, um meio de transporte comum para os liberianos.

Joseph Boakai assumiu a presidência do país em Janeiro deste ano, após derrotar George Weah no segundo turno.

Boakai prometeu combater a corrupção e a má gestão financeira. Além de declarar os seus bens quando assumiu o cargo, ordenou uma auditoria ao gabinete presidencial, com os resultados ainda por se divulgar.

O actual Presidente dos liberianos também reforçou a Comissão Geral de Auditoria e a Comissão Anticorrupção da Libéria.

O anterior governo foi várias vezes criticado por alegados casos de corrupção e gastos excessivos, o que desencadeou protestos em massa, à medida que o custo de vida aumentava.