Depois de ter cancelado o plano sobre aumento dos impostos, o Presidente queniano, William Ruto, anunciou, nesta quinta-feira, 11, a demissão de quase todo o seu gabinete.

Ruto adiantou, citado pela imprensa local, estarem em marcha consultas para formar um "governo de base ampla" após protestos generalizados contra o seu governo.

O Chefe de Estado queniano disse que a ‘varredura’ aplicar-se-á, igualmente, a ministros, incluindo o procurador-geral, mas excluiu das exonerações o ministro das Relações Exteriores, Musalia Mudavadi.

"Imediatamente, envolver-me-ei em amplas consultas entre diferentes sectores e formações políticas e outros quenianos, tanto em público quanto em privado, com o objectivo de estabelecer um governo de base ampla", disse Ruto num discurso à nação, durante o qual prometeu anunciar medidas adicionais posteriormente.

O Kénia esteve, recentemente, debaixo de fortes protestos de rua contra os significativos aumentos de impostos anunciados pelo governo de Ruto. 

O programa originou várias manifestações, que atingiram a sede do Parlamento e que resultaram em mortes e dezenas de feridos, maioritariamente jovens.

Os intensos protestos no país colocaram o elenco governativo sob a mais séria crise desde a chegada de William Ruto ao poder, em Setembro de 2022, após vencer as eleições com margem mínima.

Desde então, reporta a imprensa queniana, as condições económicas no Kénia pioraram, levando a críticas crescentes, principalmente nas redes sociais, ao governo, que também foi acusado de “flagrantes demonstrações de riqueza e incompetência”.

Na semana passada, o líder queniano anunciou cortes drásticos nos gastos do governo em resposta à crescente indignação contra os orçamentos de viagens e reformas do gabinete presidencial, enquanto cidadãos comuns lutam para lidar com a crise do custo de vida.

Além de revogar o projecto de lei anual de finanças, incluindo os aumentos de impostos, Ruto também tentou a aproximação com alguns manifestantes, organizando um evento na plataforma de mídia social X. Contudo, estas movimentações não foram suficientes para apaziguar alguns manifestantes, que continuam a pedir a sua renúncia.